quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Natureza, religião e arte


     No Museu do Louvre, em Paris, encontramos esta bela peça de faiança, que representa um hipopótamo, a qual data da época do Império Médio, c. de 2150-1765 a.C.

    Os Antigos Egípcios perspectivavam o universo a partir dos seres e dos fenómenos naturais à sua volta. Assim esta peça é um perfeito exemplo da tripla associação entre a natureza, a religião e a arte: sendo o hipopótamo um animal selvagem, perigoso e destruidor, rapidamente o associaram ao deus Set, convertendo-o num tema para propósitos artísticos como estatuetas, esculturas ou pinturas, exibindo, deste modo, o seu simbolismo como animal da divindade do caos e da desordem.

    Quem for a Paris não deixe de visitar o Museu do Louvre onde entre a Mona Lisa e outros grandiosos objectos de arte, encontramos cerca de 50 mil peças egípcias, incluindo este simpático exemplar.
     

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eis o volume II


Depois de ter sido mostrada a capa do volume I desta obra, aqui está a bonita capa do volume II, reunindo os dois volumes (com mais de seiscentas páginas cada um) os textos dos egiptólogos portugueses, espanhóis, argentinos e brasileiros que estiveram presentes no IV Congresso Ibérico de Egiptologia que teve lugar em Lisboa em Setembro de 2010.

A obra terá uma sessão de lançamento no próximo dia 10 de outubro, uma quarta-feira, a partir das 18 horas, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras de Lisboa - exatamente no dia e no local onde terá início mais um curso livre de Egiptologia organizado pelo Centro de História da mesma Faculdade,
estando agora a decorrer as inscrições para o curso.

sábado, 15 de setembro de 2012

Setembro e as vindimas


Eis o túmulo de Sennefer em Cheikh Abd el-Gurna (TT 96), decorado na sua antecâmara com grandes vinhas em latada de onde pendem abundantes cachos de uvas. Os troncos das vides partem da base das paredes e sobem por elas cobrindo o tecto, numa provável homenagem ao deus Osíris, considerado também como o «senhor do vinho» e símbolo de ressurreição. Visitámo-lo na Páscoa de 2010.

Fontes: Dicionário do Antigo Egipto (texto) e
Localyte (foto)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

«Ancient Egyptian Ostraca Art»

«A magnificent Egyptian painting, which is about 3300 years old, depicting an Egyptian woman dancer, performing a backbend, commonly found in performances of contortion, gymnastics and dances. The backbend, which requires intense training, shows the superior professionalism, talents and high skills of the dancer.

The dancing woman, wearing a typical black dance costume and gold hoop earrings, is perfectly at ease while bending, and in total control and balance. Her curly, wavy hair is left loose, and is flowing in a natural pattern in harmony with her dance movement. But her earrings are pointed upwards, defying gravitational force, and seems a bit odd in an otherwise perfect composition of art. It is hard to believe that the artist who painted this picture is aware of the effect of gravity on her hair which is lightweight, but he ignored it in the case of the comparatively heavier earrings.

However, the admirable bala...nce of colors and high standards of artistry seen in this painting requires very high levels of expertise. Like several other Ostraka art pieces, this painting is also from the ancient Egyptian village of Deir el-Medina, home to the artisans who worked on the tombs of the Valley of the Kings in Thebes where the Pharaohs of the 18th to 20th Dynasties of the New Kingdom period (1550 BC to 1080 BC) were buried.

The artwork is painted on ostracon, singular of ostraca, which refer to pieces of pottery and fragments of limestone. Because Papyrus was expensive, ostracon was extensively used in ancient Egypt because of its durability, cheap or free availability and ease of working on it. It was the most preferred medium for not only drawing and painting, but also everyday writing, such as letters, documents, receipts, stories, prescriptions, etc.

The art piece in this picture survived in an impeccable condition despite several centuries of neglect until it was collected by Bernardino Drovetti (1776-1852), Consul General of France in Egypt. Possibly the work would not have survived so long, if it was created on any other media, other than ostraca.

Though Drovetti collected Egyptian art and antiquities in the name of France, he built up a huge personal collection for himself. In 1824, King Charles Felix (Carlo Felice Giuseppe Maria) acquired much of his personal collection consisting of 5,268 pieces, which later formed the foundation for the Museo Egizio in Turin, the second largest Egyptology museum after Cairo.»

(via Francisco Filipe Cruz, in Facebook)

Vale a pena dar uma olhadela!

 
  A todos os interessados, venho por este meio apresentar-vos um site na Internet acerca dos túmulos e locais funerários no Egito. A página do site tem o nome da divindade presente à esquerda por óbvias razões: trata-se de Osíris, senhor do mundo dos mortos, do mundo subterrâneo e do ciclo da morte e ressurreição a quem é devoto um culto quase tão antigo como a própria fundação do Duplo País.

   O site em si tem o seguinte endereço:

   www.osirisnet.net

   Todos os que quiserem ou estiverem com vontade de saber mais sobre os túmulos no Antigo Egito são gratificados com uma lista imensa de sepulturas de todos os géneros e feitios, desde as grandiosas pirâmides
de Guiza às recônditas sepulturas dos artífices de Deir-el-Medina.

   Não só tem uma lista bastante vasta, como cada túmulo apresentado contém descrições pormenorizadas da sua planta arquitectónica, da sua decoração, das suas inscrições, dos seus conteúdos, das circunstâncias da sua descoberta. Sem contar com as descrições de numerosos outros monumentos, além de diversos artigos e referências a questões religiosas e quotidianas, assim como novidades do mundo da Egiptologia. E para completar o ramalhete, existem versões 3D, versões virtuais de algumas plantas tumulares. Só não sei se podem ver nos vossos computadores essas versões tridimensionais. Eu não consegui...

   A única particularidade será o facto de o site estar apresentado em duas línguas estrangeiras possíveis - ou em Inglês ou em Francês, não em Português, infelizmente. Portanto, espero que saibam uma de ambas para lerem e compreenderem as matérias apresentadas que são muito interessantes.

   De resto acho que vale a pena dar uma olhadela! Divirtam-se!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Os Jardins de Nakht!


   Os Antigos Egípcios também se revelaram jardineiros de primeira qualidade. Durante milénios a cultivarem plantas de inúmeros tipos e espécies em hortas para a sua subsistência, gradualmente desenvolveram os jardins nos templos, nos palácios e nas residências privadas dos abastados, não só como fonte de produção alimentar e medicinal - muitas das plantas eram hortícolas e medicinais assim as árvores eram de fruto para abastecer as cozinhas e as mesas - mas também como espaço de recreio, lazer e descanso para os respectivos proprietários. 

   À medida que crescia a riqueza do Antigo Egito, especialmente no Império Novo, os jardins dos privilegiados e dos templos tornaram-se ainda mais elaborados e luxuriantes, com todo o género de plantas exóticas, flores bizarras, delicadas e belas e até mesmo piscinas e lagos com peixes e aves aquáticas como ornamentos decorativos.

   E evidentemente, quando faleciam, os Antigos Egípcios procuravam recriar os jardins na forma de modelos funerários em miniatura que sepultavam nos túmulos dos seus proprietários a fim de lhes permitir gozarem esses prazeres verdejantes na vida além da morte.
     
   A bonita imagem acima provém do túmulo de Nakht, um jardineiro real, nos princípios do século XIV a.C. - meados do Império Novo - e representa os "Jardins de Amon", do Templo de Karnak, tal como ele se lembra de os gerir e orientar. Esses jardins produziam flores, plantas e árvores para abastecimento das cozinhas, para questões medicinais e para os ritos religiosos, ligados com os ciclos da natureza e das estações do ano. Esta pintura pode ser vista no Museu Real de Arte e História, em Bruxelas, na Bélgica.


P.S. Para quem quiser saber um pouco mais sobre antiga jardinagem egípcia é favor ver o seguinte link: http://en.wikipedia.org/wiki/Gardens_of_Ancient_Egypt.

«De pequenino... »


Aqui fica uma sugestão para o público dos 8 aos 80.
A revisão científica é do Prof. Luís Manuel de Araújo.

Mais uma mudança no Egipto

«A woman presenter has appeared on Egyptian state TV in an Islamic headscarf for what is believed to be first time since it opened in 1960.

Fatima Nabil wore a cream-coloured headscarf as she read a news bulletin.

Under the regime of ex-President Hosni Mubarak there was an unofficial ban on women presenters covering their hair.

But the new Muslim Brotherhood-led government has introduced new rules, saying that nearly 70% of Egyptian women wear the headscarf. [...]» (in BBC News)

sábado, 1 de setembro de 2012

O Faraó de Prata!


   Meus caros colegas e amigos, achei este vídeo no Youtube, sobre Psusennes I, faraó da XXI dinastia, c. de 1039-991 a.C. Lamento que esteja em inglês e sem legendas, mas ainda assim pode ter interesse para aqueles que dominam o idioma e compreendem ou conhecem um pouco a história deste monarca do Terceiro Período Intermediário, cujo reinado foi um dos mais longos e importantes da época e cujo túmulo é quase tão extraordinário como o de Tutankhamon, embora muito menos divulgado ao público em geral.

   A maior curiosidade acerca de Psusennes I advém do seu espectacular sarcófago, inteiramente feito em prata - daí em parte da designação deste documentário - e a sua fabulosa máscara de ouro, que rivaliza com a Tutankhamon em beleza e estilo. Mas o resto eu remeto para o vídeo, que espero que gostem!