quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"A boca de um homem perfeitamente contente está repleta de cerveja."

    O título desta postagem é um provérbio datado c. de 2200 a.C. (fins do Império Antigo) e concerne, obviamente, a uma das bebidas mais antigas da Humanidade: a cerveja. Não só era bebida para lazer, mas também era prescrita para curar doenças e usada como oferta nos rituais aos deuses. Era consumida por toda a sociedade egípcia, incluindo a realeza. Existem diversas referências e representações da mesma em túmulos, o que atesta a sua importância até na vida além da morte. Nesta imagem abaixo, podemos observar como escreviam "cervejeiro" e "cerveja".

   Escavações em Guiza trouxeram à luz vestígios de padarias e cervejarias para a alimentação dos trabalhadores e não será descabido teorizar que os seus salários possivelmente consistiam não em moeda, mas pão e cerveja. O processo de fabrico era simples: após germinarem, os grãos de cevada eram esmagados, virando malte, o qual recebia mistura de farinha de pão e água e seguidamente era colocado no forno até estar no ponto. Finalmente era filtrado e armazenado em jarros para consumo.

   Na imagem seguinte, datada da XVIII dinastia, observa-se como era feito o consumo da cerveja: este mercenário sírio, ladeado pela esposa, sentada à sua frente, é auxiliado por um servo a usar o canudo como uma espécie de filtro para absorver o líquido, evitando assim o resíduo amargo na boca.


   O fabrico e consumo de cerveja perdurou durante toda a civilização faraónica, a qual, por sua vez, os transmitiu aos Gregos, estes aos Romanos e assim sucessivamente até hoje. Atualmente, a cerveja é mais fácil de produzir e mais agradável de consumir do que na era faraónica, tendo, contudo, perdido o seu estatuto de oferta sagrada ou de medicação prescrita para doenças. Todavia tal como descreve o provérbio já mencionado, podemos afirmar que a nível de lazer, ela não perdeu nenhuma da sua popularidade! 

Fonte(s): http://antigoegito.org/a-cerveja-no-antigo-egito/

1 comentário:

  1. Ah, vou já responder a esta saborosa postagem do nosso escriba cervejeiro Fernando Azul, testemunhando a minha recente experiência de consumidor (moderado) desse líquido divino e dourado.

    Nos calores estivais do Centro do País (infelizmente muito propício a incêndios), a cerveja fresquinha era a salvação - e quanto mais fresca mais divina!

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